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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Vidas Secas - Graciliano Ramos

Autor
Graciliano Ramos é um dos maiores nomes do Modernismo Brasileiro. Vidas Secas, sua obra prima, traz o regionalismo no seu mais sublime grau. O Brasil vive um novo momento na literatura. A atitude inovadora presente nos precursores do Modernismo brasileiro (também chamados de futuristas pelos jornais da época - 1922) está em profunda mudança, num processo de maturação. Nessa segunda geração, a prosa alcança grande destaque. E Graciliano estava presente neste processo com Vidas Secas.

Vidas Secas
Vidas Secas é uma das maiores obras do país. Ele traça uma das facetas existentes no Brasil: a pobreza no sertão nordestino. Mas essa pobreza não está ligada apenas ao cenário ou às condições sociais e econômicas do povo nordestino; essa pobreza é, antes de tudo isso, desenhada pela linguagem (uma vez que se é possível observar as falas guturais de Fabiano, Sinha Vitória e seus filhos.
Além disso, a humanização e a animalização das personagens é feita de maneira ímpar. Em Fabiano, Sinha Vitória e seus filhos percebe-se esse processo de animalização, dado pelos comportamentos de todos eles e pela maneira simplória da linguagem; contrapondo-se a isso, existe Baleia, a cadela que é humanizada, possuindo mais civilidade do que seus donos. Com isso, observa-se um processo de dois extremos, em que, de um lado, está Fabiano e sua família, e d'outro, Baleia, com sua humanização, gerando, desta maneira, um paradoxo.
Além disso, outro importante dado a se contabilizar nesta obra é a forma como o autor nomeia Vitória: Sinha. O autor faz isso de maneira intencional, para retomar a algo, para fazer o leitor, de acordo com a leitura da obra, ver a sina das personagens. Ao contrário do que muitos pensam, ele escreveu Sinha e não Sinhá justamente contrapondo essas duas palavras, gerando, entre elas, um distanciamento paradoxal, pois Sinhá é um titulo dado a senhoras donas de escravos (ou seja, que tinham alguma posse - bens), ao contrário de Vitória, que fugia da seca e da miséria calamitosa do sertão nordestino.

Infelizmente, não há nenhum exemplar disponível para download. Mas, apesar disso, vale a pena comprar e ler...

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